As empresas passam a focar em produtividade, eficiência na gestão de capital, planejamento mais rigoroso de aportes e redução de custos.
16º Congresso Brasileiro de Mineração, que acontece junto com a 16ª edição da Exposição Internacional de Mineração (Exposibram), no Centro de Feiras e Exposições George Norman Kutova (Expominas), em Belo Horizonte..
O término do ciclo virtuoso para a mineração mundial e o novo cenário de preços mais baixos e demanda em queda levaram as mineradoras a mudar suas estratégias de aumentar capacidade, basicamente a qualquer custo, para atender ao mercado e passar a focar em produtividade, eficiência na gestão de capital, planejamento mais rigoroso de aportes e redução de custos. A análise foi feita ontem por especialistas durante painel sobre os novos desafios da mineração em um ambiente de preços baixos, no 16º Congresso Brasileiro de Mineração, que acontece junto com a 16ª edição da Exposição Internacional de Mineração (Exposibram), no Centro de Feiras e Exposições George Norman Kutova (Expominas), em Belo Horizonte. Para o sócio da Pricewaterhouse Coopers Brasil (PwC Brasil), Ronaldo Valiño, o mercado mudou completamente. "A mineração, historicamente, passa por ciclos e o momento agora é de baixa. As mineradoras estão lutando, mas estão mostrando que têm resiliência", frisou. Valiño revelou que uma pesquisa realizada pela PwC com as 40 maiores mineradoras do mundo, entre elas apenas uma brasileira, a Vale S/A, apontou que as principais tendências do setor são operar ativos de menor custos, vender aqueles que não fazem parte do core business e formação de joint ventures. De acordo com o sócio da PwC Brasil, a pesquisa também mostrou que os investimentos das mineradoras caíram de US$ 129 bilhões em 2013 para US$ 103 bilhões em 2014, uma queda de praticamente 20%. "Para este ano a tendência é de declínio em função do maior foco em projetos com retorno mais significativo e em preservar o caixa", projetou.
Corte de custos - "De forma geral, o grande trunfo das mineradoras tem sido preservar o caixa, reduzindo os custos operacionais. Essa busca constante por eficiência e ativos mais produtivos veio para ficar", afirmou Valiño, acrescentando que, junto com essa estratégia, a indústria extrativa também está empenhada na redução dos custos operacionais. O professor de economia da Universidade de São Paulo (USP), João Furtado, alertou que, neste momento de preços baixos das commoditiesminerais, a mineração brasileira tem que agregar valor. "Mas agregar valor não é fazer mais uma etapa, mas fazer o que já faz melhor", explicou. O líder de Mineração e Metais para a América do Sul da consultoria e auditoria multinacional Ernst & Young (EY), Afonso Sartorio, lembrou que o ciclo favorável de preços e demanda que a mineração viveu nos últimos anos impôs uma formatação para a indústria extrativa, mas que agora o momento é de mudança. "Temos que pensar em como, estruturalmente, modificar a indústria extrativa na forma como ela atua e como age internamente", disse Sartorio. Ele afirmou que, anteriormente, as mineradoras estavam focadas "em aumentar a a capacidade a qualquer custo", mas que agora o foco está apontado para o incremento da eficiência, da produtividade e a redução de custos.
Fonte/créditos
Diário do Comércio de Minas Online
http://www.diariodocomercio.com.br/noticia.php?tit=mineradoras_adotam_novas_estrategias&id=159763 Se precisa copiar trecho de texto para uso privado, por favor logue-se como assinante.
Por Diário do Comércio de Minas Online