Os analistas do Itaú BBA acreditam que os resultados do quarto trimestre de 2019, que começarão a ser divulgados a partir de fevereiro, serão fracos para o setor de siderurgia, devido a volumes mais fracos e um mix de vendas mais deteriorado, em que os preços estão estáveis e os custos, mais altos.
Para as mineradoras, há melhora nos volumes, mas o preço mais baixo do minério de ferro é fator negativo. A avaliação geral da equipe do banco é de que o cenário dos dois setores “está piorando antes de melhorar”.
Vale
Segundo os analistas, a mineradora Vale deve reportar resultados consistentes, por ter conseguido elevar o volume de exportação no período, mas a preços mais baixos. O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) deverá recuar 5% quando comparado ao terceiro trimestre, mas crescer 3% na comparação anual. Eles estimam que o Ebitda ajustado — não levando em consideração o efeito negativo de US$ 3,2 bilhões de baixas contábeis nos negócios de carvão e níquel — deverá alcançar US$ 4,6 bilhões.
Eles estimam que a mineradora exportou 87 milhões de toneladas no trimestre, cerca de 2% a mais do que no trimestre imediatamente anterior, mas o preço realizado do minério de ferro deve ter ficado em cerca de US$ 80 por tonelada. O banco manteve recomendação de compra e preço-alvo de US$ 16 por recibo de ação da Vale negociado em Nova York.
CSN
A CSN, que atua na siderurgia e na mineração, deve ter resultados, com o Ebitda recuando 3% na base anual e na comparação com o terceiro trimestre, para R$ 1,52 bilhão.
Segundo os analistas, o segmento de mineração reportará fortes vendas, chegando a 10,3 milhões de toneladas, mas o preço do minério de ferro realizado estimado para o período é de cerca de US$ 56 por tonelada, o que anulou parte dos ganhos.
Já no segmento de siderurgia, é esperada uma melhoria de 3% no trimestre em relação às vendas domésticas, com volumes de exportação relativamente baixos. “Esperamos que o mix mais fraco de vendas leve a um declínio sequencial de 3% nos preços domésticos do aço”, escrevem eles.
Apesar de esperarem resultados fracos, os analistas mantiveram recomendação de compra, com preço-alvo de R$ 17,50 por ação.
Usiminas
O Itaú BBA acredita que haverá contração dos números operacionais da Usiminas. Pesam nessa avaliação os volumes sazonalmente piores e um mix de vendas menor no segmento de aço. Os analistas também acreditam que os resultados da mineração permanecem baixos.
O Ebitda estimado pela equipe do banco é de R$ 360 milhões, 56,7% abaixo do que foi registrado no quatro trimestre de 2018. O banco manteve recomendação neutra, com preço-alvo de R$ 10.
Gerdau
A previsão do Itaú BBA para Gerdau também é de resultados mais fracos. Na comparação ante trimestre imediatamente anterior, o banco estima que o Ebitda da companhia no quarto trimestre de 2019 deve reportar recuo de 21%, para R$ 1,15 bilhão. Na comparação com o quatro trimestre de 2018, a queda seria de 18%.
O recuo seria resultado de reduções de Ebitda das unidades no Brasil e nos Estados Unidos, que devem recuar 3% cada.
Do ponto de vista positivo, os analistas do banco esperam uma forte geração de fluxo de caixa livre no quarto trimestre de 2019, contribuindo para uma redução adicional dos índices de alavancagem da empresa. Eles mantiveram recomendação de compra, com preço-alvo de R$ 20 por ação.
Fontes/créditos:
Valor Investe (https://valorinveste.globo.com)
https://valorinveste.globo.com/mercados/renda-variavel/empresas/noticia/2020/01/16/resultados-de-mineradoras-e-siderrgicas-devem-ser-fracos-no-4-tri-diz-ita-bba.ghtml
Por Raquel Brandão, Valor — São Paulo